Resenha: (Des)encanto, uma mistura de Simpsons e D&D?

A tão aguardada animação (Des)encanto (Disenchantment no original), chegou a Netflix neste mês de agosto, e desde seu anúncio, a série já criara expectativas pelos fãs de Matt Groening, sendo uma grande promessa.

Este é um texto sem spoilers, fique tranquilo.
Ambientada em um reino medieval maluco, a animação retrata as encrencas de Tiabeanie (Bean) uma princesa alcoólatra e festeira, o ingênuo Elfo, um ser mágico recém-chegado à Terra dos Sonhos e Luci, o demônio pessoal de Bean.
A Hype de ter um “Futurama” na Idade Média levou os fãs ao delírio com seu anúncio, e em seu lançamento a série esbanja personalidade e elementos clássicos.
Ambientação:
A série traz em seu DNA a mitologia fantástica dos contos medievais, para os fãs do gênero, foi um prato cheio de referências e nostalgia. Muitos elementos dos contos de fadas clássicos estão presentes, como bruxas, elfos, fadas, gigantes, feitiços e maldições (algo parece familiar aos jogadores do Dungeons and Dragons? Muito). Mas a série brinca com todos os estereótipos para fazer humor e torções de enredo, sem muitos spoilers: a surpresa da bruxa da floresta e sua casa de doces, a profissão das fadas da floresta e grandes sábios no topo de montanhas.
Humor
A série é marcada pelo humor ácido muito conhecido de seu criador, fazendo piadas para satirizar problemas comuns na era medieval e traçar paralelos com a nossa sociedade atual, neste quesito, a série bebe da fonte de Monty Python e consequentemente não inova, mas rende boas piadas e questionamentos. E seus personagens são muito propícios a esse tipo de piada, Bean, quebrando o paradigma de princesa bonita e educada, sendo uma jovem com força de vontade e personalidade, sempre pronta a questionar as ordens que lhe são impostas, sua posição na corte e o modo de vida que quer seguir.
Episódios
A primeira parte contém 10 episódios, uma narrativa leve e despretensiosa em muitos momentos, perfeita para se maratonar. O roteiro segue o estilo de Matt, com muitos episódios individuais que funcionam sozinhos, e mais para o final da primeira parte, episódios mais lineares para promover um gancho para a parte II. O roteiro não inova muito, suas piadas derivam de outras obras e muitos assuntos são batidos, mas em seu final, a série se empenha em criar situações mais conexas e criar uma expectativa e um gostinho de “quero mais”.
O grande trabalho da dublagem
A dublagem brasileira está impecável, ela traduz muito do espírito da série, com vozes muito competentes e mixagem bem-feita, e é de longe um dos pontos altos da animação. A dublagem aposta em adaptações de memes e citações da cultura pop brasileira, mas de forma natural e bem encaixada, fazendo os espectadores preferirem assistir dublado do que legendado (inclusive eu, que, religiosamente prefiro tudo em áudio original).
A série no geral apresenta um bom desempenho e crítica, e promete uma segunda parte ainda melhor, se você já assistiu, deixe seu comentário falando o que achou!Críticas, elogios e sugestões também são aceitos.

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